O conclave que definirá o sucessor do Papa Francisco terá início nesta quarta-feira (7), no Vaticano. A expectativa é de que o processo de votação dure entre dois e três dias, segundo estimativas dos próprios cardeais que participarão da escolha.
Historicamente, os dez últimos conclaves duraram, em média, três dias — e nenhum ultrapassou cinco. As eleições mais recentes, que resultaram nas escolhas de Bento XVI, em 2005, e Francisco, em 2013, foram concluídas em apenas dois dias.
Durante o conclave, os 133 cardeais com direito a voto permanecem completamente isolados na chamada “zona de conclave”, dentro do Vaticano. Eles fazem um juramento de sigilo absoluto sobre todo o processo. As votações ocorrem na Capela Sistina, sob os célebres afrescos de Michelangelo.
Como funciona a votação do Conclave?
Para que um cardeal seja eleito papa, ele precisa conquistar dois terços dos votos do Colégio de Eleitores. Com 133 cardeais aptos a votar, são necessários pelo menos 89 votos para a escolha ser válida. As cédulas utilizadas são queimadas após a contagem dos votos — é dessa queima que surgem as tradicionais fumaças preta ou branca.
Podem ser realizadas até quatro votações por dia: duas pela manhã e duas à tarde. Caso nenhuma escolha seja feita após três dias, ocorre uma pausa de 24 horas para reflexão e orações. Se mesmo assim não houver consenso após mais sete votações, os dois cardeais mais votados passam a disputar diretamente, embora ainda seja necessário alcançar os dois terços dos votos para a eleição ser válida.
Duração do conclave
As eleições recentes, que elegeram Bento XVI e Francisco, duraram apenas dois dias. A tendência nas últimas décadas tem sido de votações rápidas. No entanto, ao longo da história da Igreja, alguns conclaves foram extremamente longos — o mais notório ocorreu no século XIII, durando mais de dois anos e resultando na eleição de Gregório X.
Para o conclave deste ano, os cardeais estimam que o processo será breve, concluído em no máximo três dias.
Como saber se um novo papa foi eleito?
Mesmo com o sigilo do processo, o mundo acompanha a escolha do novo papa por meio da fumaça que sai da chaminé da Capela Sistina. A fumaça preta indica que ainda não há consenso. A fumaça branca, por sua vez, sinaliza que o novo papa foi eleito.
Nos conclaves mais recentes, a fumaça branca surgiu no final da tarde. Em 2013, ela apareceu às 19h06 no horário de Roma (14h06 em Brasília), seguida do tradicional anúncio “Habemus Papam” e da primeira aparição de Francisco na sacada da Basílica de São Pedro. Em 2005, a fumaça branca surgiu às 17h50 (12h50 em Brasília), e Bento XVI foi apresentado ao público pouco depois.

Representantes brasileiros
O Brasil contará com sete cardeais eleitores neste conclave. São eles:
- Sérgio da Rocha, arcebispo de Salvador (65 anos)
- Jaime Spengler, arcebispo de Porto Alegre e presidente da CNBB (64 anos)
- Odilo Scherer, arcebispo de São Paulo (75 anos)
- Orani Tempesta, arcebispo do Rio de Janeiro (74 anos)
- Paulo Cezar Costa, arcebispo de Brasília (57 anos)
- João Braz de Aviz, arcebispo emérito de Brasília (77 anos)
- Leonardo Ulrich Steiner, arcebispo de Manaus (74 anos)
Esses nomes compõem a representação brasileira no processo de escolha do novo pontífice.
Veja também: Justiça Federal interdita porto de combustíveis no Rio Tapajós em Itaituba