O governo federal anunciou nesta terça-feira (20) que a empresa Bnetwork foi selecionada como responsável pela criação e gestão da plataforma oficial de hospedagem da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), marcada para novembro de 2025, em Belém do Pará.
A plataforma digital reunirá, em um só local, ofertas de hospedagem em hotéis, residências particulares e cruzeiros marítimos que estarão disponíveis na capital paraense durante o evento.
Através do sistema, os participantes da conferência poderão pesquisar opções de acomodação, comparar preços e localização, e realizar suas reservas com comodidade e segurança.
Com ampla experiência em grandes encontros internacionais, a Bnetwork já prestou serviços semelhantes em edições anteriores da COP, como em Dubai (Emirados Árabes Unidos) e Baku (Azerbaijão).
De acordo com o governo brasileiro, o objetivo da contratação é facilitar o acesso a informações de hospedagem, assegurando organização e eficiência para os participantes da conferência.
Plataforma oficial de hospedagem estará disponível após levantamento do setor hoteleiro
O funcionamento da plataforma dependerá da finalização do inventário da rede de hospedagem de Belém, que está sendo elaborado em parceria com governos locais e representantes do setor turístico.
Segundo Valter Correia, Secretário Extraordinário da COP30, essa iniciativa representa mais um passo importante na estruturação e planejamento da infraestrutura necessária para o evento.
“Temos feito um trabalho intensivo para aumentar a oferta de leitos em Belém, com o objetivo de garantir uma COP de excelência. A contratação da plataforma oficial da COP é mais um passo na consolidação de uma logística sólida para a Conferência”, afirmou.
Déficit de hospedagem e aumento nos preços preocupam para a COP 30
Belém enfrenta, neste ano, o grande desafio de receber cerca de 50 mil visitantes durante a realização da COP 30, número que pode chegar a 60 mil pessoas. No entanto, atualmente, a região metropolitana da capital paraense conta com apenas 24 mil leitos disponíveis, o que tem gerado uma mobilização dos setores envolvidos em busca de soluções alternativas.
Com poucos meses restando até o início da conferência, diversas estratégias estão sendo consideradas para reduzir o déficit estimado de pelo menos 26 mil leitos. Entre elas estão a utilização de escolas como alojamentos temporários, a reforma de prédios desativados e o uso de navios de cruzeiro adaptados como hotéis flutuantes.
Na esteira da alta demanda, o mercado imobiliário local já começa a aquecer. Plataformas de hospedagem anunciam imóveis de alto padrão com valores superiores a R$ 2 milhões para apenas 11 dias de estadia. Nos hotéis, os preços das diárias seguem a lógica da oferta e procura, comportamento comum em eventos de grande porte como o réveillon carioca ou o carnaval baiano.
Veja também: COP 30 já transforma Belém: especialistas alertam para impactos urbanos e ambientais